8 de Setembro de 2008 por: Anita Prado, Fábio Woody, Roberto Pompéia Acreditamos que ética e estética devem caminhar juntas. Defendemos uma estética da autenticidade. Uma beleza que é oriunda do processo, da história acumulada. Um dos grandes males contemporâneos é o chamado “império do efêmero”. Trata-se da cultura da imagem e a conseqüente hiper-valorização da forma, em detrimento do conteúdo. Ou, ainda, a valorização do imediatismo, reduzindo a relevância dos processos. É um fenômeno originado a partir da velocidade dos dias atuais, que freqüentemente nos afasta da reflexão e de uma melhor qualidade de vida. Este tema cala fundo à alma de todos nós, uma vez que se conecta diretamente com diversos outros temas atuais - mudanças nos modelos de relacionamento e de trabalho, doenças “urbanas” como depressão e síndrome do pânico, intolerância à diversidade e até mesmo a real possibilidade de extinção da vida humana antes do final do século. A presença da arte e do afeto no dia-a-dia da corporação é uma emergência. Afeto não é paternalismo. É cuidado. Consigo próprio, com o outro, com o ambiente que nos cerca. Afeto que afeta e promove mudanças por meios sutis e conscientes. Arte, por sua vez, não é certeza. Não é decoração, enfeite, adorno. A arte que propomos é a arte do relacionamento de si com sua obra, ou seja: sua vida. É a vida imensa que inclui o trabalho, e não o contrário. Freqüentemente nos esquecemos disto. Vendo por este viés, cada ser humano é um potencial artista. É perfeitamente possível incorporar afeto e arte às boas práticas corporativas. Porém, para isso é necessário que a corporação permita que seu lado feminino tenha voz e vez. Este nos parece ser seu verdadeiro calcanhar-de-aquiles. O que aqui propomos não é nenhuma proposta fantasiosa ou etérea. Estamos amparados, da Grécia antiga à física quântica, por inúmeros pensadores, filósofos, escritores, sociólogos, antropólogos, psicólogos, biólogos, físicos – artistas, enfim. Além de pró-ativos e dinâmicos, saibamos ser também reflexivos e sensíveis. Não é necessário ser nenhum grande gênio para perceber que a cultura da competitividade bélica não nos levará muito longe. Transformemos o poder em potência digna. Troquemos o dial de nossas intenções para um estado de espírito mais amplo, que considere outros valores além de prestígio e dinheiro. O mundo é uma rede onde tudo repercute cada vez mais instantaneamente. Tudo influencia e é influenciado. Uma grande transformação mundial pode ter início em... você. |
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