8 de Setembro de 2008 Por: Fábio Woody Beuys fez parte do movimento “Fluxus”, que procurava explorar o efêmero, o transitório, e manifestar a energia vital coletiva. Seu trabalho é marcado pela idéia de rito, mito e Xamanismo, e aproxima a performance artística da idéia de rito, como um momento de pausa que possibilita uma certa reelaboração do indivíduo. Uma pausa que rompe os limites do cotidiano, ampliando-os e enfatizando transformações subjetivas em si e no outro. Mesclando arte e filosofia, Beuys ressaltava a quarta dimensão da escultura: “aquela na qual as atitudes ganham forma, e os comportamentos, conteúdos”. A trajetória do artista pode ser melhor entendida a partir da obra Sled de 1969. Sled (trenó), feito de madeira e deslizadores de metal, com um cobertor de feltro dobrado, uma lanterna e um pedaço de gordura de vela modelado em forma de lâmpada. É um kit de sobrevivência. ![]() Toda a obra de Beuys é regida pelo sentido político, social, ecológico e metafísico. A relação homem-natureza sempre teve lugar em sua obra – especialmente os animais. Sua idéia de "unidade na multiplicidade" buscava retratar os quatro níveis do homem: corpo físico, corpo etéreo, corpo astral e o "Eu" - uma visão que ele importou dos grupos de antroposofia de Düsseldorf. Para Beuys, as mudanças na estrutura social e política do mundo acontecem somente a partir da arte. E, segundo sua visão, a experiência pessoal é o único caminho capaz de nortear a criação. Afinal, “toda pessoa é um artista”. Beuys criou uma obra semeada de obstáculos, realizada sob vaias, assobios do público e incompreensão da crítica. Recusou a beleza como meta em si e como meio, preferindo a busca por uma estética da autenciticidade e da verdade. E assim, tornou-se o maior expoente alemão das artes na segunda metade do século XX. Trazendo a arte para a vida. |
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